“requiem aeternam dona eis” ( início do ofício dos mortos- liturgia católica )
Saio para a rua escura...
Nada. Nem um movimento.. um suspiro de brisa.. nem um ligeiro frêmito das folhas ao suave murmurar da manhã.
O silencio pesava espesso, palpável, absoluto.
Podia ouvir o enorme não som que se espalhava até os limites de minha percepção.
E nem a mais suave cor da pétala delicada, o brilho dos seus olhos na penumbra. Nem o vermelho delicado das tarde brilhantes, nem o azul escuro da noite. Nem a pequena luz dos vendedores de algodão doce, nem o luzir alvo sob o vidro sujo, nem as pálpebras claras que vedavam seu olhar, nem o verde fugidio da sua íris amada.
Andava sem destino e não havia uma coisa para tocar.
Sua pele onde afundavam meus dedos ávidos, a carne embriagadora, a dureza dos dentes. Ou os lábios com a resistência macia. E a aspereza das folhas que caiam no outono, os pés pisando seus quebradiços galhos, a mole resistência da lama no inverno, o agudo dedo dos ramos sobre meu rosto nos dias de sol quente e paixão.
Sumira o gosto das amoras, os morangos doces, as mangas maduras, cujo sumo escorria pelo queixo , prolongando o sabor na língua. Sua língua, o gosto da sua língua ardente.
Por toda parte apenas o Nada absoluto.
Caminhei como louca através daquele tudo de negações, esperando a hora.
Não havia estrelas, nem noite, nem céu. Não havia sol, nem luas , nem ventos.
Só a solidão de ser.
Uma voz se levantou do Absurdo – Nietzsche está morto.
Era Deus.
Eu O matei, e O matei e O matei.
Ele sempre renascia, mas dentro de mim eu tinha certeza.
Estava morto.
Saio para a rua escura...
Nada. Nem um movimento.. um suspiro de brisa.. nem um ligeiro frêmito das folhas ao suave murmurar da manhã.
O silencio pesava espesso, palpável, absoluto.
Podia ouvir o enorme não som que se espalhava até os limites de minha percepção.
E nem a mais suave cor da pétala delicada, o brilho dos seus olhos na penumbra. Nem o vermelho delicado das tarde brilhantes, nem o azul escuro da noite. Nem a pequena luz dos vendedores de algodão doce, nem o luzir alvo sob o vidro sujo, nem as pálpebras claras que vedavam seu olhar, nem o verde fugidio da sua íris amada.
Andava sem destino e não havia uma coisa para tocar.
Sua pele onde afundavam meus dedos ávidos, a carne embriagadora, a dureza dos dentes. Ou os lábios com a resistência macia. E a aspereza das folhas que caiam no outono, os pés pisando seus quebradiços galhos, a mole resistência da lama no inverno, o agudo dedo dos ramos sobre meu rosto nos dias de sol quente e paixão.
Sumira o gosto das amoras, os morangos doces, as mangas maduras, cujo sumo escorria pelo queixo , prolongando o sabor na língua. Sua língua, o gosto da sua língua ardente.
Por toda parte apenas o Nada absoluto.
Caminhei como louca através daquele tudo de negações, esperando a hora.
Não havia estrelas, nem noite, nem céu. Não havia sol, nem luas , nem ventos.
Só a solidão de ser.
Uma voz se levantou do Absurdo – Nietzsche está morto.
Era Deus.
Eu O matei, e O matei e O matei.
Ele sempre renascia, mas dentro de mim eu tinha certeza.
Estava morto.
3 Comments:
Mhel,
ops,
Mandei msg vazia, desculpe...:)
Passei uns dias longe dos blogs e hj achei aqui pelo menos dois textos novos (para mim). Muito bons.
O seu blog continua excelente.
beijos
Mhel,
Está tudo muito lindo, dói um pouco, mas ao mesmo tempo conforta.
Ama-se assim.
Entre a dor e a conformação, o amor é um pequeno espaço onde nos alojamos por uns tempos e nos enganamos que vai ser pra sempre e que é um lugar imenso cheio de luz e sonhos.
É preciso ter nervos de aço para enfrentar a realidade quando somos expulsas do paraíso.
Beijo,
Nédier
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