Saturday, September 03, 2005

Tenho uma fome abissal, uma fome coletiva e individual, uma fome de séculos de injustiça social e de carência individual.

Posso resumir dizendo que minha fome mais constante é de justiça, entendida num sentido absoluto, o que é um paradoxo para uma relativista. Mas acho que o relativismo surgiu em mim, justamente por esta necessidade de ser justa com todos os lados da questão, não apenas com uma suposta verdade.

Desde muito pequena eu percebi que verdade é perspectiva e que tudo, como diz o Eça, no final da Relíquia, é uma desesperada coragem de afirmar. Dela nascem todas a grandezas e as injustiças.

Mas tenho fome individual de paixão, de emoção, de sair da prisão estreita de uma descrição de mundo. E de conseguir que a pessoas amem e se identifiquem com meus textos e personagens. Meus passionais Alfredos e meus doloridos Cigarette blues, meus universos longínquos e os suburbanos. As estrelas e Cachambi. Billie e Star Wars.

Nos confins da galáxia e aqui do lado, no bar da esquina,onde o ovo azul turquesa pisca para mim. É por aí. “



(Trecho da minha entrevista ao Marcelo Ferrari na comunidade Caneca na Rede)

http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=1135552&tid=14399793


1 Comments:

Blogger Helena said...

Obrigada, Moderado, apesar do exagero de amigo, fico feliz que tenha servido como presente de aniversário, agora voluntário.

Junto a ele um beijo especial

9:08 PM  

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