MANUEL, BANDEIRA DO BRASIL
CANÇÃO DAS DUAS ÍNDIAS
Entre estas Índias de leste
E as Índias ocidentais
Meu Deus que distância enorme
Quantos Oceanos Pacíficos
Quantos bancos de corais
Quantas frias latitudes!
Ilhas que a tormenta arrasa
Que os terremotos subvertem
Desoladas Marambaias
Sirtes sereias Medéias
Púbis a não poder mais
Altos como a estrela-d'alva
Longínquos como Oceanias
- Brancas, sobrenaturais
Oh inacessíveis praias!...
********************
O CACTO
Aquele cacto lembrava os gestos desesperados da estatuária!
Laocoonte constrangido pelas serpentes.
Ugolino e os filhos esfaimados.
Evocava também o seco nordeste, carnaubais, catingas...
Era enorme, mesmo para esta terra de feracidades excepcionais.
Um dia um tufão furibundo abateu-o pela raiz.
O cacto tombou atravessado na rua,
Quebrou os beirais do casario fronteiro,
Impediu o trânsito de bondes, automóveis, carroças,
Arrebentou os cabos elétricos e durante vinte e quatro horas privou a cidade de iluminação e energia:
- Era belo, áspero, intratável.
**********************
CONSOADA
Quando a indesejada das gentes chegar
(Não sei se dura ou caroável),
Talvez eu tenha medo.
Talvez sorria, ou diga:
- Alô, iniludível!
O meu dia foi bom, pode a noite descer.
(A noite com os seus sortilégios.)
Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,
A mesa posta,
Com cada coisa em seu lugar.
CANÇÃO DAS DUAS ÍNDIAS
Entre estas Índias de leste
E as Índias ocidentais
Meu Deus que distância enorme
Quantos Oceanos Pacíficos
Quantos bancos de corais
Quantas frias latitudes!
Ilhas que a tormenta arrasa
Que os terremotos subvertem
Desoladas Marambaias
Sirtes sereias Medéias
Púbis a não poder mais
Altos como a estrela-d'alva
Longínquos como Oceanias
- Brancas, sobrenaturais
Oh inacessíveis praias!...
********************
O CACTO
Aquele cacto lembrava os gestos desesperados da estatuária!
Laocoonte constrangido pelas serpentes.
Ugolino e os filhos esfaimados.
Evocava também o seco nordeste, carnaubais, catingas...
Era enorme, mesmo para esta terra de feracidades excepcionais.
Um dia um tufão furibundo abateu-o pela raiz.
O cacto tombou atravessado na rua,
Quebrou os beirais do casario fronteiro,
Impediu o trânsito de bondes, automóveis, carroças,
Arrebentou os cabos elétricos e durante vinte e quatro horas privou a cidade de iluminação e energia:
- Era belo, áspero, intratável.
**********************
CONSOADA
Quando a indesejada das gentes chegar
(Não sei se dura ou caroável),
Talvez eu tenha medo.
Talvez sorria, ou diga:
- Alô, iniludível!
O meu dia foi bom, pode a noite descer.
(A noite com os seus sortilégios.)
Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,
A mesa posta,
Com cada coisa em seu lugar.
10 Comments:
Muito bons Merrel. Bela atualização. Consoada é um de meus poemas favoritos.
maravilhoso! que linda homenagem! se esse ovo fosse de páscoa... já teria sido devorado!
beijos
Day
Lindo, lindo, lindooooooooo
Beijos
Meu Deus, que enormidade de belezas! Não consigo mais sair daqui e quando saio, volto correndo para ler mais um pedacinho.
Obrigada, muito obrigada.
Beijos
tu sei meravigliosa.
saudades
baci
que delìcia de atualizacao,Minha Dulce Mel.
yo te amo, em portuguës, italiano anche españnol.
baci
ainda estou aqui, querida.
morta de saudades.
Não tenho mais do que o sábado para visitar os blogs amigos.
Mas sempre que estou prestes a clicar no seu link, já começo a sorrir: sei, antes mesmo de abrir a página, que encontrarei algum fantástico.
Beijos
NG
Vim ler de novo. bjs.
Minha Élena de São Sebastião do Rio de Janeiro,
O dia de hoje acordou fresco, céu azul e mar ligeiramente crispado... Lindo, por assim dizer!
Lembrei-me do Rio, das calçadas policromáticas, das ondas
do mar... Lembrei-me de você.
Merci d'avoir un blog interessant
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